quinta-feira, 29 de abril de 2010

Forbidden Love


Amor Proibido

Apenas um beijo nos meus lábios foi tudo o que precisou para selar o futuro, apenas um olhar de seus olhos foi como um certo tipo de tortura. Era uma vez havia um garoto e uma garota, apenas um toque de suas mãos foi tudo o que precisou para me fazer perder o equilíbrio. Amor proibido, nós deveríamos estar juntos? Amor proibido, amor proibido, amor proibido, nós selamos nosso destino para sempre, amor proibido, amor proibido. Apenas um sorriso no seu rosto foi tudo o que precisou para mudar minha sorte, apenas uma palavra da sua boca foi tudo o que eu precisei para ter certeza. Era uma vez havia um garoto e uma garota, corações que se entrelaçam eles viviam num tipo diferente de mundo. Apenas um beijo, apenas um toque, apenas um olhar. Apenas um beijo (cinco), apenas um toque (quatro), apenas um olhar (três), apenas uma palavra (dois), um...

"Certas vezes paro e me pergunto quantas vezes ainda vou me apaixonar e logo em seguida me respondo, enquanto eu viver não estarei imune a sentimento algum, pricipalmente o amor".

Mi Delirio

Tua boca ainda não se deu conta, que meus lábios são um motor para arrancar, eu sei que você é a uma cor para mim, matiz que pinta tudo o que levou a cinza hoje, vou te seduzir sem me dar conta, sem me dar conta, te roubarei um suspiro mesmo que seja o motivo do meu delírio não sei o que vai acontecer Quando será? Quanto tempo terei que esperar? Para que acenda a faísca que me faz explodir. Se seu olhar se tropeçam em mim é acidente, juro que eu não o vi vir não teve mais remédio além de sorrir, você não terá outra saída além de vir até mim. Escorregou, me beijou não sabemos como aconteceu, sedução, por erro, foi acidente ou foi intenção? Não me importa, não te importa, você tem a faísca que me faz explodir.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Amor Além Das Fronteiras

Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.  Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevendo, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-se desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou afitá-lo.  Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapaidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, supreendidos. No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução  para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgostos secos -  lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cadendo talvez à gravidade com que se pediam. Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da incocência que sóse abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreendiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
  Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.



(Clarice Lispector)

Se Eu Morresse Amanhã


Se eu morresse amanhã, viria ao menos
fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

(Álvaro de Azevedo)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Forbidden Love


Amor Proibido

Apenas um beijo nos meus lábios foi tudo o que precisou para selar o futuro, apenas um olhar de seus olhos foi como um certo tipo de tortura. Era uma vez havia um garoto e uma garota, apenas um toque de suas mãos foi tudo o que precisou para me fazer perder o equilíbrio. Amor proibido, nós deveríamos estar juntos? Amor proibido, amor proibido, amor proibido, nós selamos nosso destino para sempre, amor proibido, amor proibido. Apenas um sorriso no seu rosto foi tudo o que precisou para mudar minha sorte, apenas uma palavra da sua boca foi tudo o que eu precisei para ter certeza. Era uma vez havia um garoto e uma garota, corações que se entrelaçam eles viviam num tipo diferente de mundo. Apenas um beijo, apenas um toque, apenas um olhar. Apenas um beijo (cinco), apenas um toque (quatro), apenas um olhar (três), apenas uma palavra (dois), um...

"Certas vezes paro e me pergunto quantas vezes ainda vou me apaixonar e logo em seguida me respondo, enquanto eu viver não estarei imune a sentimento algum, pricipalmente o amor".

Mi Delirio

Tua boca ainda não se deu conta, que meus lábios são um motor para arrancar, eu sei que você é a uma cor para mim, matiz que pinta tudo o que levou a cinza hoje, vou te seduzir sem me dar conta, sem me dar conta, te roubarei um suspiro mesmo que seja o motivo do meu delírio não sei o que vai acontecer Quando será? Quanto tempo terei que esperar? Para que acenda a faísca que me faz explodir. Se seu olhar se tropeçam em mim é acidente, juro que eu não o vi vir não teve mais remédio além de sorrir, você não terá outra saída além de vir até mim. Escorregou, me beijou não sabemos como aconteceu, sedução, por erro, foi acidente ou foi intenção? Não me importa, não te importa, você tem a faísca que me faz explodir.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Amor Além Das Fronteiras

Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.  Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevendo, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-se desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou afitá-lo.  Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapaidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, supreendidos. No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução  para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgostos secos -  lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cadendo talvez à gravidade com que se pediam. Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da incocência que sóse abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreendiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
  Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.



(Clarice Lispector)

Se Eu Morresse Amanhã


Se eu morresse amanhã, viria ao menos
fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

(Álvaro de Azevedo)